terça-feira, 17 de novembro de 2009

Em corrupção, de zero a dez, o Brasil tira 3,7. E a comunicação social o que tem a ver com isso?

Victor Zacharias

A corrupção é um assunto que atrai olhares e sua prática precisa ser combatida não somente com leis e justiça, mas com a transformação da consciência dos povos.
Esta mudança é feita com educação de boa qualidade e com comunicação.
A propósito da Conferência Nacional de Comunicação, enquanto tivermos veículos de comunicação divulgando práticas ilícitas como algo que faz parte do cotidiano e que pode ser tolerado, a corrupção nunca desaparecerá.
No micro poder ela é tolerada, afinal, furar fila, deixar cocô de cachorro na rua, subornar guardas, jogar lixo nas ruas e lavar calçadas é normal, "todo mundo faz".
A culpa de tudo é do governo e as empresas são a solução de um mundo perfeito, enquanto este for o pensamento geral espelhado dos meios de comunicação, as transformações virão lentamente pelas sociedade civil organizada.
Porque se a corrupção é colocada como prática diária normal a tendência é procurar sempre o caminho mais fácil em todas as situações e as leis nunca parecem ser o jeito mais fácil, logo o cérebro sugere: Que tal corromper? É normal, todo mundo faz e não acontece nada.
Este não acontecer nada, sem dúvida, passa pela justiça, mas também pela falta de crítica de quem vê o suborno e nada fala ou até mesmo permite.
A AFP em Berlim divulgou que segundo o relatório da Transparência Internacional (TI), enquanto a economia mundial registra uma tentativa de recuperação e algumas nações continuam a combater problemas como conflitos e insegurança, fica claro que nenhuma região do mundo está imune aos perigos da corrupção.
Aqui está a tabela com os índices atribuídos a cada país e o Brasil melhorou um pouco.
1. Nova Zelândia 9.4
2. Dinamarca 9.3
3. Cingapura 9.2 e Suécia 9.2
4. Suíça 9.0
6. Finlândia 8.9 e Holanda 8.9
7. Austrália 8.7, Canadá 8.7 e Islândia 8.7
8. Noruega 8.6
9. Hong Kong 8.2 e Luxemburgo 8.2
10. Alemanha 8.0 e Irlanda 8.0
...
75. Brasil 3.7
...
162. Venezuela 1.9
168. Burundi 1.8, Haiti 1.8 e Irã 1.8
176. Iraque 1.5 e Sudão 1.5
178. Mianmar 1.4
179. Afeganistão 1.3
180. Somália 1.1
É claro que existem países nos quais a comunicação pode ter um efeito menor, este não é o caso do Brasil, aqui a liberdade de imprensa defende a liberdade de empresa.
Está a favor de um sistema econômico concentrador, a nossa mídia tem um discurso único e pratica censura privada.
As famílias que controlam as fontes de notícia não divulgam os fatos com a maior isenção possível, mas uma mensagem distorcida favorecendo seus interesses. Que isso se dê em um ambiente privado, não acredito ser ético, mas esta liberdade é permitida, porém quando acontece em concessões públicas como o rádio e a TV, acredito que não deve ser tolerado, e a propósito do assunto tema deste texto, é também corrupção.

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