quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Por uma mídia sem partido


Os meios de comunicação exibem conteúdos que desenham a realidade sobre a qual as pessoas constroem suas vidas, formam valores e funcionam no cotidiano da sociedade. Perceba que o assunto do mês de agosto será a Olimpíada, que arrefecerá as pautas das operações da polícia federal e do judiciário, essas receberão menor destaque até o final das competições esportivas. Esse poder de estabelecer pautas na sociedade e no governo pode ser seletivo e como veremos tem escolhido mais alguns partidos do que outros para manchetes e editoriais negativos.

Na escola é importante que os professores apresentem todas as ideologias políticas e econômicas para que o aluno saiba das várias teses dos pesquisadores e pensadores e adquira capacidade crítica para analisar e escolher entre as muitas alternativas, na comunicação, que também educa, é a mesma coisa.

Algumas páginas da rede social têm feito esse trabalho de análise quantitativa e qualitativa. Elas comprovam que a mídia está tomando partido sem declarar sua posição partidária. O telespectador ou leitor que lê e não faz o exercício da crítica procurando o contraditório do que é apresentado, provavelmente toma para si o discurso das corporações mediáticas e reproduz no cotidiano como se fosse verdade absoluta e incontestável.

O jornalismo, à exceção dos artigos de opinião, tem por premissa reportar os fatos e informações bem fundamentados e apurados, para que a subjetividade do profissional ou da empresa não distorça o fato e o consumidor escolha, entre os vários pontos de vista da matéria, o seu. No entanto o que vemos são defesas de ponto de vista tão frequentes, escancaradas e vorazes que saem do jornalismo e entram no campo da publicidade.

Claro que não é proibido tomar partido, mas a ética jornalística, que a difere da publicidade, manda ter equilíbrio na divulgação das várias teses e lados de uma matéria ou fato veiculados. A propaganda pode tomar partido, o jornalismo não deveria.

Dá para perceber que as empresas de jornalismo da chamada grande imprensa têm iludido o leitor e dissimuladamente fortalecido os pensamentos e tendências defendidas por seus proprietários e editores, que todo dia são publicadas, na maioria das vezes sem contraditório. O resultado é que o consumo dessas informações e análises sem diversidade e pluralismo acabam catequisando e viciando muitos consumidores desse tipo de informação monocromática. Criam times, torcidas emocionadas e anulam razões e fatos.

Veja o gráfico produzido pelos pesquisadores do site Manchetômetro (http://www.manchetometro.com.br/) sobre manchetes negativas dos editoriais do jornal O Globo, um jornal partidário. Clique na imagem para ampliar



Entenda um pouco mais como as manchetes são construídas para esconder algumas coisas e mostrar outras de interesse das empresas de mídia na página do face: Caneta Desmanipuladora (clique aqui)

Victor Zacharias
Jornalista, publicitário e locutor pós graduado em Sócio Psicologia, com extensão em Políticas de Comunicação pela USP e Formação de Governantes pela Escola de Governo.

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